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The Economy as Moral and Political Science (portuguese)

Essay by   •  November 23, 2016  •  Research Paper  •  2,786 Words (12 Pages)  •  999 Views

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HIRSCHMAN, Albert O.  A economia como ciência moral e política.  São Paulo: 1986. (Cap. 1 pp. 11 a 48)

                                                        Vinícius Eduardo Wassmansdorf (21/11/2015)

PRINCIPAIS TRECHOS:

        

(...) é na França que nasce a ideia da perfectibilidade da ordem social, enquanto a das consequências não desejadas deve-se em primeiro lugar aos moralistas escoceses.

A tese do suave comércio

Meu livro (As paixões e os interesses) trata dos efeitos favoráveis cuja produção era atribuída ao novo sistema econômico – efeitos que se referem, ao mesmo tempo, ao caráter do cidadão e às modalidades da arte de governar (...) Hoje, em troca, porei o acento nas supostas consequências do desenvolvimento do comércio sobre os comportamentos individuais e a sociedade civil.

Em meados do século XVIII, era uma ideia corrente a de que o comércio é um agente civilizador de considerável peso. (...) Montesquieu coloca logo no início de seu exame das questões econômicas em L’esprit des lois (1749): “É quase uma regra geral que, onde quer que haja costumes suaves, exista comércio; e, onde quer que haja comércio, existam costumes suaves”(...) “O comércio (...) educa e suaviza os costumes bárbaros, como o vemos todos os dias.

Esse modo de considerar a influência da extensão das trocas sobre a vida social prevalece durante todo o século XVIII (autores como Robertson e Condorcet). (...) Thomas Paine, que escreveu em The rights of man (1792): “O comércio é um sistema pacífico, que tem como efeito difundir a cordialidade entre os homens, tornando nações, assim como os homens, úteis uns aos outros (...). O exercício do comércio (...) constitui hoje o melhor modo de atingir a civilização universal, sem apelar diretamente para princípios morais.”

Portanto, o comércio é considerado como um poderoso agente moralizador. (...) modificações da  conduta (...) na natureza humana à expansão do comércio e da indústria: assim, seriam particularmente fortalecidas – ou mesmo engendradas – pelo comércio e pelas manufaturas virtudes tais como a aplicação e a assiduidade, a frugalidade, a pontualidade e (...) a probidade.

Portanto, uma sociedade na qual o mercado desempenha um papel-chave na satisfação das necessidades humanas fará mais do que produzir novas riquezas por meio da divisão do trabalho e do progresso técnico; terá também como subproduto (ou “economia externa”) um tipo de homem “suavizado” – mais honesto, leal, ordenado e disciplinado, porém, também mais amigável e prestativo, sempre disposto a encontrar solução para os conflitos e um meio-termo para opiniões contraditórias.

A tese da autodestruição

Segundo essa concepção, que adquire importância no século XIX, a sociedade de mercado, longe de promover a suavidade e outras atitudes louváveis, manifesta uma forte tendência a minar os fundamentos morais que servem de base a toda sociedade, inclusive aquela onde reina o capitalismo.

Em sua bem conhecida obra Social limits to growth, Fred Hirsch (é um representante tardio das tendências autodestruidoras do mercado e do capitalismo) trata longamente do que ele chama de erosão do patrimônio moral do capitalismo: o mercado minaria progressivamente os valores morais que são seus próprios sustentáculos essenciais, valores que ele teria herdado de regimes sócio-econômicos anteriores, tais como a ordem feudal. (...) “(...) Essa herança (moralidade social) desgastou-se com o tempo, no contato corrosivo com os valores capitalistas ativos, e, de modo geral, por causa do anonimato e da mobilidade crescentes da sociedade industrial. (...) À medida que o comportamento individual se dobrava cada vez mais estreitamente ao interesse pessoal, os hábitos e os instintos fundados em atitudes e objetivos comunitários perdiam sua importância”.

Como o mercado atua sobre os valores (...) Hirsch apresenta os três argumentos seguintes: 1) a primazia do interesse pessoal, aumenta a dificuldade de assegurar os bens coletivos e a cooperação (...); 2) dada a importância do papel da política macroeconômica no funcionamento do sistema, os responsáveis por essa política devem ser motivados mais pelo “interesse geral” do que por seu interesse pessoal. Ora, sistema – fundado no interesse pessoal – não dispõe de nenhum recurso próprio capaz de engendrar a motivação desejada; (...) trata-se de um resíduo do sistema de valores anterior, sujeito à erosão (...); 3) as virtudes sociais tais como “veracidade, confiança (...), sentido de obrigação”, necessárias ao funcionamento de uma “economia contratual individualista”, têm como fonte principal as crenças religiosas, mas “a base racionalista, individualista, do mercado mina o sustentáculo fornecido pela religião”.

Com efeito, tanto no Manifesto comunista quanto em alguns escritos juvenis, Marx e Engels insistem na ação corrosiva do sistema capitalista sobre todos os valores e instituições tradicionais, tais como o amor, a família, o patriotismo. Tudo passa pelo comércio; todos os laços sociais são dissolvidos pelo dinheiro.

(...) Já um século antes, residia nisso o conteúdo essencial da reação conservadora contra a progressão da sociedade de mercado, tal como essa reação.

(...) nessa época, embora se reconheça no capitalismo a capacidade de abalar os “mais elevados” valores tradicionais (...)Ao contrário: ainda que o mundo modelado pelas novas forças econômicas seja julgado como algo empobrecido nos planos espiritual e cultural, o capitalismo é percebido como uma força conquistadora e irresistível. (pois essa força irrefreável é também uma força cega (...) de modo que o capitalismo poderia corroer não apenas os valores morais da sociedade tradicional, mas também aqueles que são essenciais à sua própria sobrevivência e a seu próprio sucesso.

(...) Com o ensaio de Max Weber sobre A ética protestante, os argumentos desse tipo voltam à moda: já que a ética repressiva é considerada como uma condição essencial do desenvolvimento do capitalismo, ver-se-á em todo indício de um possível enfraquecimento dessa ética uma séria ameaça para o sistema.

(...) Schumpeter em Capitalismo, socialismo e democracia (1943) (...) “Poderá o capitalismo sobreviver?”. Shumpeter responde pela negativa; e não porque o sistema lhe pareça vítima de problemas econômicos insuperáveis, mas, antes, por causa da hostilidade crescente de certas camadas sociais e, mais particularmente, dos intelectuais. (...)

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